Como iniciou no mercado cervejeiro?

A cerveja artesanal chegou à minha vida como um hobby, quando, há mais de 10 anos, meu marido conheceu, em viagens a trabalho, a Alemanha e os Estados Unidos, uma cultura cervejeira já consolidada e trouxe para casa essa nova paixão.

Como fez para se aperfeiçoar no seu trabalho?

Na época, aqui no Brasil, tínhamos muito pouco referente à cerveja artesanal, e então começamos a usar nosso tempo livre para buscar cervejarias e rótulos diferentes para podermos conhecer e consumir, e como dizem, quando o bichinho da cerveja artesanal te morde, não tem mais volta.

Então, nessa mesma época, surgiu a vontade de fazer nossa própria cerveja em casa. Na verdade, uma ideia que veio do meu marido, porém já com o intuito de eu pôr em prática. A frase foi essa: “Que tal fazer cerveja em casa? Você é Farmacêutica e Bioquímica, já sabe sobre processos, fermentação, a parte química e bioquímica.” E assim, o kit de cerveja caseiro entrou em nossas vidas.

Ambos trabalhávamos cada um em sua área, e eu, como Farmacêutica, tinha horários bem loucos, e a cerveja acabava sendo produzida nas madrugadas anteriores a um dia de folga, e assim foi por alguns anos.

Durante esse tempo, devorávamos livros e literaturas internacionais, enquanto começaram a surgir alguns cursos e grupos de estudos, aqui no Brasil.

E a busca por mais conhecimento foi continuando através de cursos, treinamentos e grupos de discussão. Desde então, essa busca sempre continua, e conhecimento e informações nunca são demais. Assim, a vida cervejeira mudou meu foco que, de Farmacêutica Cervejeira, me tornou Cervejeira Farmacêutica.

Dessa forma, o almejo por um dia ter uma cervejaria surgiu, porém era um sonho distante, a intenção era quando aposentar, ir morar num local tranquilo do Sul de Minas Gerais e ali fazer nossa cerveja e, então, produzir para comercializar.

Porém, com a Pandemia, nossa produção caseira aumentou muito, pois eu estava totalmente envolvida com o mundo cervejeiro e nossos amigos querendo minhas cervejas para ter em casa e consumir naquele tempo tão difícil em que todos passamos.

E de novo, em uma conversa entre meu marido e eu, veio a pergunta “Será que a hora é essa para abrirmos a nossa Cervejaria?”.

Há quanto tempo está no mercado?

Em meados de 2020, comecei a ir atrás de toda documentação do espaço que, para nós, seria a melhor escolha para construir a cervejaria: a casa dos meus avós, num bairro tradicional de Jundiaí, onde fui criada.

E então, depois de alguns percalços, os documentos todos saíram e a reforma, construção e instalação da planta cervejeira e do Pub seguiram durante todo o ano de 2021.

Ano difícil, mas que nos levou, após todo trabalho e confecção por nossas próprias mãos de toda parte em madeira do pub, como portas, mesas, bistros, balcão, etc., a abrir o espaço em Dezembro para confraternizações de empresas, com quantidade reduzida de pessoas e ainda com restrições, pois a pandemia estava ainda em nossas vidas.

Assim, Dezembro de 2021 foi o início de nossos atendimentos e em 07 de Janeiro de 2022, o pontapé inicial de nosso BREWPUB foi dado, e a partir daí estamos com a fábrica e o Pub abertos ao público.

Com o objetivo de proporcionar a Experiência Pharmaó a nossos clientes, com a apresentação de um local diferenciado, com chopp de qualidade, sabores e aromas surpreendentes, unindo história, trabalho e experiência num local onde a Farmácia e a Cerveja andam juntas, tanto pelo nosso nome como pela dedicação e cuidado farmacêutico dentro da cervejaria, com critérios de produção, equipamentos, análises e qualidade trazidos do universo farmacêutico para a fabricação de cerveja.

Como você vê a entrada de novas mulheres no mercado cervejeiro?

Hoje, como mulher dentro do mercado cervejeiro, vejo um espaço incrível de crescimento para as mulheres no setor, que, embora ainda seja bem masculino, conta com grande entusiasmo do público na hora que descobrem a mulher neste universo e saboreiam uma cerveja feita por mulher, tendo uma aceitação e uma surpresa boa, pois veem como um mundo a ser desbravado novamente pelas mulheres, que na antiguidade eram as responsáveis pela fabricação das cervejas.

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